quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Consultório

Detesto consultórios. Os odontológicos então... A tortura começa na sala de espera. Você chega, senta e aguarda. Pessoas em sua volta lêem revistas do tempo da ditadura, fazem de conta que estão interessadas e esperam. Mas quando não protagonizam esse fingimento o caso é pior. Você olha pra pessoa. A pessoa te olha. Até o inevitável comentário do tempo, da CPMF que não passou ou do futebol. No meu caso foi a primeira opção. E, por azar, peguei um expert no assunto. O cara devia ter uma central meteorológica em casa. Falou dos ventos, da umidade e dos erros da previsão apresentada na televisão. Por sorte fui chamado antes de ele começar a falar do El Niño e sua influência no clima da América do Sul.

Entrei, sentei na cadeira e lá passei a hora seguinte da minha vida com a boca aberta, um estranho mexendo nos meus dentes e falando, inutilmente, comigo. Mantendo a educação eu resmungava alguma coisa e levantava a mão quando a maldita anestesia não funcionava. Ah, como seria mais simples se não precisasse passar por isso.

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