Fidel Castro tem o meu respeito. Não sou de esquerda e estou longe de simpatizar com o comunismo ou com um governo ditatorial. Mas o tempo que ele ficou no poder em Cuba é impressionante. Considero Hugo Chavez e Evo Morales o atraso da América Latina, no entanto, Fidel é um ditador da época “romântica” do comunismo. Ele não foi um ditador ele foi “o ditador”. Por mais que não simpatize com seu governo ou com suas idéias devo confessar que ele é uma lenda viva (por pouco tempo ao que parece).
Nunca a entendi Cuba. Desconfio de todos os comentários e notícias que ouço. Uns falam da pobreza dos habitantes, outros dos ganhos sociais. Cada um fala de acordo com sua ideologia. Uma vez tinha uma vizinha no meu prédio que havia morado em Cuba. Fez um intercâmbio. Cursava Educação Física. Conversei poucas vezes com ela, nunca me atrevi a fazer muitas perguntas sobre a ilha. O que sei é que seu intercâmbio era bom, já que, Cuba é uma potência no esporte. Sei também que ela engravidou de um cubano e por isso havia retornado ao Brasil. Certa feita confessou que seu filho havia sido concebido em uma pista de atletismo. Acrescentou que os cubanos, em especial o pai de seu filho, têm um bom porte atlético. Não me poupou dos detalhes sórdidos. Talvez por isso sejam tão bons nos esportes. Aquela era uma mulher realizada. Via nos seus olhos quando falava do pai do seu filho. Confesso, inclusive, que senti um pouco de ciúmes do cara. Não por ela. Apesar de bonita, não era uma mulher irresistível. Mas pelo modo como ele, aparentemente, a satisfazia. Pensei se alguma mulher alguma vez falou em mim daquela maneira. O vi uma única vez. Saindo do prédio com um agasalho com as cores de Cuba. Era moreno, estatura média, expressão fechada. Quando percebi quem ele era lembrei da conversa que tive com ela. No outro dia a vi com a mesma felicidade de quando falava nele.
Não sei se Fidel foi bom para Cuba. Não sei se os cubanos são felizes com Fidel, mas tenho certeza que aquele cubano faz minha (ex) vizinha feliz, isso faz.