sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Paixão Orkutiana

Diogo se encantou com uma menina no orkut. Não a conhecia pessoalmente, somente pelo orkut. Sabia com quem andava, suas amizades e seus gostos. E seus gostos eram interessantes. Quer dizer, interessantes pro Diogo. Eram parecidos com os seus. Tinham várias comunidades em comum e ela tinha muitas outras que ele achou mais interessantes ainda que as dele próprio.

As fotos dela eram lindas. Cheias de efeito. Tinha muitas de seus olhos. Ah, e que olhos. Diogo não via a hora de vê-los pessoalmente. Ela tinha belas pernas também. O que também interessou a ele.

Foram se falando aos poucos. Como Diogo não a conhecia direito foi fazendo contato precavidamente. Cada dia avançava mais em território desconhecido. Ela era perfeita pra ele. Muitos gostos em comum e muitas belezas que o deixaram encantado. Diogo acessava suas fotos todos os dias. Queria conhecê-la logo. Saber como olhava com aqueles belos olhos. Como caminhava com aquelas belas pernas. Como falava coisas interessantes das quais ele apreciaria cada palavra pronunciada por ela.

Um dia Diogo viu sua amada vindo em sua direção e sentando na mesa ao lado, em um barzinho que ele costumava freqüentar. Não resistiu e sentou-se ao lado dela para ter certeza que era ela. E era mesmo. Após uma hora de intensa conversa Diogo descobriu que ela não era tão bela assim. Tinha tantas fotos de seus olhos porque o seu rosto não era tão lindo, nem os olhos eram muito bonitos. Não gostava tanto assim dos assuntos de suas comunidades, na verdade não entendia nada. Ele não queria admitir pra si mesmo, mas ela era chata. Nem suas belas pernas salvaram a obra, pois, ela caminhava de uma maneira estranha, meio torta.

Após a terrível decepção Diogo aprendeu que no orkut as pessoas podem ser como quiserem e muitas vezes são muito diferentes do que são na realidade. A partir de então procurou conhecer as pessoas pessoalmente antes de ser vítima de uma paixão orkutiana.

Paranóia Coimbrana

Este texto é do David Coimbra e está na Zero Hora de hoje, 31/08/2007. Coloquei aqui porque, além da qualidade, é uma verdadeira paranóia cotidiana.


Em defesa da vaca


Em tempos de Expointer, urge fazer uma pequena reflexão acerca de algumas espécies, como as vacas, as galinhas e as vegetarianas. Atenção! É claro que não quero comparar as vegetarianas às vacas ou às galinhas, embora saiba que, como amantes da Natureza, elas, as vegetarianas, não se ofenderiam com isso. Mas sei que vegetarianas, biólogas e castradores de gatos são muito suscetíveis, levam-se a sério, a gente não pode brincar com eles. Portanto, deixo sublinhado que, para mim, uma vegetariana é muito diferente de uma galinha e até mesmo de uma vaca. No entanto, defende-as, à vaca e à galinha, com todo o denodo, e é esse aspecto que pretendo abordar.


Comecemos pela galinha. Não gosto dela. A galinha é um dos bichos mais feios do planeta, só ganhando, talvez, da girafa. A galinha tem asas, mas não voa; tem pernas, mas não sabe correr. A galinha não morde, não bica ninguém, não tem esporão e nem mesmo canta. A única coisa que a galinha faz com proficiência é botar ovo. Um por dia. O que é muito importante. Certa feita, fui a uma avícola catarinense, em missão jornalística. O que lá vi calou-me fundo na alma, tanto que já escrevi a respeito. Descobri que, só em Santa Catarina, cerca de 1 milhão de galinhas são executadas a cada 24 horas. Pense: se as avícolas catarinenses nunca mais assassinassem galinhas, em dois dias teríamos 2 milhões delas cacarejando pelo vizinho Estado. Em três, quatro milhões. Em oito, a população galinácea equivaleria à humana do Brasil. Em um mês, à da China. Passado um ano, as galinhas ciscariam aos bilhões por toda a Terra!


Agora, a vaca. Ela não é muito diferente da galinha, nos quesitos animação e desenvoltura. A vaca só pasta, o dia inteiro, sem parar. Pasta e pasta e pasta, pachorrentamente. Bovinamente. No entanto, a vaca é grande e forte, pode enfurecer-se qualquer dia desses. Suscita certo respeito, pois. Mas o interessante, no caso, é que a vaca leva uma boa vida. Durante o tempo em que ela rumina nesse Vale de Lágrimas, a vaca come bem, passeia livremente pelos campos e é tratada com carinho. Quando é chegada a sua hora, encontra uma morte rápida e, dizem os pecuaristas, indolor.


Certo. Finalmente chegamos às vegetarianas, categoria pela qual, repito, cultivo sólida admiração. Vi que as vegetarianas fizeram manifestações na Expointer contra o abate de vacas, galinhas e quejandos. Porém, ah, porém, se a proposta delas vingasse, as vacas viveriam livres por aí, sem quem cuidasse delas. Teriam de procurar alimento por elas próprias, como os gnus na África. O que não é fácil. Não existiria tanto pasto disponível para uma vaca sem dono. O gnu sofre. Além disso, as vacas estariam expostas aos predadores, sem haver um único estancieiro que as protegesse.


Quanto às galinhas, seria pior: elas dominariam o mundo. Ciscariam aos bilhões por toda a Terra, consumindo os recursos, atacando homens e vacas e, por que não?, inclusive as vegetarianas tão bem- intencionadas, as biólogas mais formosas e os queridos castradores de gatos. Como num filme de terror. Como num pesadelo. Portanto, embora as vegetarianas gozem de todo o meu afeto, advirto: elas não devem combater a execução de certos animais. Isso pode se voltar contra elas mesmas!

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Música Boa

Afinal, do que uma música deve falar? Sempre me perguntei isso e sempre obtive a mesma resposta, de qualquer coisa. A resposta mais vazia possível foi trocada pela mais completa, Amor. Aham, música deve falar de amor. Não só do amor entre casais, amantes ou simpatizantes. Amor de amigo, de irmão, pela pátria, por um animal, pela vida, pela felicidade, pela tristeza.

Precisei ouvir a resposta de uma pessoa com larga experiência na música (mais de 20 anos, mais de 30 até). Um músico que já tocou pros mais variados públicos nos mais variados lugares. E falou numa roda de viola, assim como se pede um chope. Deu a resposta que eu procurava e talvez por preguiça nunca tinha realmente me esforçado a ponto de conseguir.

Entre belíssimas músicas boêmias ele disse, “o músico deve falar de amor, música boa é a que fala de amor.” Fiquei pensando nesses últimos dias e realmente, as maiores obras da música falam de amor. Não pensei em nenhuma que não falasse. Talvez ele tenha ouvido alguém falar e pensou nisso há muitos anos atrás, como eu ouvi. Gostaria de daqui alguns anos cantar a volta do boêmio, numa roda de viola e dizer isso com a naturalidade com que ele disse. Mas como só arranho uma viola e não canto nada, vou dizendo desde agora: Música deve falar de amor!

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Quanto Vale a Vida?

Quanto vale a vida? Uma cápsula de metal em formato cilíndrico, cheia de pólvora com um projétil na ponta.

Uma passagem de Porto Alegre a São Paulo pela Tam, de preferência num dia chuvoso.

Ou ainda, uma azeitona mal engolida, entalada na garganta.

sábado, 18 de agosto de 2007

Enquanto Isso Em Coronel Bicaco...

Acidente no vôo 3054 da Tam mata 200 pessoas. Terremoto no Peru mata mais de 500. Em Coronel Bicaco: Leão do circo assusta moradores ao rugir durante a noite. Beleza. Mas que beleza.